sábado, 10 de março de 2012

Imensidão



Era uma tarde quente um mar azul e ondulado, ao longe a paisagem de uma cidade acompanhada do som das cigarras e das ondas a baterem na areia. Um calor que preenchia a inocência do momento, uma paz inesquecível.
Maria João abraçava a areia limpa, fina, quase branca e seca; o calor que emanava conferia um certo prazer e conforto. A total inocência quebrava-se pela atenção dada ao brilho que vinha da beira-mar e que teimava em aparecer e desaparecer. O que será? Corre em sua direção livre e deixa cair flocos de areia do seu corpo ao mesmo tempo que o cabelo preto voa. Descobre que o brilho afinal é uma estrela-do-mar muito vermelha, como os seus lábios que exaltam um sorriso.

- Olá estrela, que linda que és! - A força do momento liga-as de forma imortal. Por magia Maria João vê duas conchas do mar pegarem-se ao seu peito, o cabelo entrelaçasse, as suas pernas unem-se numa cauda de peixe. A cidade torna-se difusa e o calor incontrolável. A estrela-do-mar agarra-se à sua boca, ao seu nariz e puxa-a em direção ao mar. Dentro do mar a estrela liberta-a e emana o poder de respirar.
- Agora és minha, preciso da tua ajuda, segue-me! - Embrenhando-se pelo mar iluminada de luz vermelha e cintilante.
- Mas, para onde me levas? - grita - não quero deixar de ser quem sou!
- Agora és minha, a minha amiga sereia prepara-te para outra vida, vá lá! liberta-te…solta-te vais sentir-te muito bem, aqui podes ir para onde quiseres e eu estarei ao teu lado.
Não conseguindo estar triste, mas sentindo uma pequena angústia, Maria João experimenta a liberdade do mar.

1 comentário:

  1. Uma narrativa de encantar, quem me dera ser essa sereia!!!
    Desfrutei esta leitura.....

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