Era dia de conversa, o bosque estava
agitado. Num ramo de pinheiro, o corvo e
o gaio , falavam lado a lado. O pequeno passarinho, não parou para falar, bateu
as suas asas e continuou a voar.
Era dia de festa, o bosque estava
animado. Junto à toca do Esquilo, a Raposa e o Lobo cantavam um fado. O pequeno
passarinho, não parou para cantar, bateu as suas asas e continuou a voar.
Era dia de banquete, o bosque estava
esfomeado. Na clareira iluminada, os esquilo comia consolado. O pequeno
passarinho não parou para petiscar, bateu as suas asas e continuou a voar.
Era dia de brincadeira, o bosque estava
cansado. No ninho fofinho, o pisco bebé dormia aconchegado. O pequeno passarinho não parou para
descansar, bateu as suas asas e continuou a voar.
Chegou à casa do João. Poisou no
peitoral, bateu com o bico na vidraça e pediu para entrar.
O João alegrou-se, começou a assobiar, tinha um bom amigo
passarinho que o vinha visitar!
O Pisco abriu o bico, e começou a falar:
Pelo bosque, eu bem vi: Gaios e Corvos a
falar,
Estava curioso, mas não quis parar.
Pelo bosque, eu bem vi: A Raposa e o
Lobo a cantar,
Estava encantado, mas não quis parar.
Pelo bosque, eu bem vi: O esquilo a
petiscar,
Estava com fome mas não quis parar.
Pelo bosque, eu bem vi: o bebé a
descansar.
Estava cansado, mas não quis parar.
O
João, curioso, não passou sem perguntar:
Viste
tantas coisas belas e amigos a brincar, viste flores amarelas e alegria pelo
ar. Mas afinal, o que te impediu de parar e lá ficar?
O
olhar do pisco entristeceu, viu que o amigo afinal não percebeu.
Resolveu
explicar:
- A borboleta mensageira poisou no meu ninho e
com voz triste sussurrou-me baixinho.
“O João está doente, precisa do teu
carinho.”
Não
demorei muito a espreguiçar, levantei-me num saltinho e começei a voar!
Vi
maravilhas no bosque mas nenhuma me fez parar pois o meu coração sabia que te tinha
de encontrar.
O
João sorriu e voltou a assobiar, o seu amigo passarinho tinha-o feito melhorar.
Pegou
na sua almofada e com jeitinho fez um ninho.
- Anda cá passarinho, agora podes descansar.
Este conto foi publicado na revista coisas de criança
É tão bom ser criança e poder ouvir este belo conto, obrigada a escritora Ana Catarina, um conto de encantar, parabéns e continua a escrever, bjs.
ResponderEliminar