sexta-feira, 9 de março de 2012

Realidade imaginada…

Ouve-se a chave na porta. O rapaz entra em casa feliz da vida: considerava que tinha alcançado um feito notável! No hall de entrada, em tons castanhos, dois rostos apareceram lado a lado. Eram os seus pais e questionaram tanta alegria. O filho explicou que tinha tido uma boa nota. Nesse momento os dois semblantes divergiram: um para a felicidade partilhada e o outro para a indiferença assumida.

- Bolas, Pai! Sempre a mesma coisa! Tanto entusiasmo até arrepia! – atirou o jovem abruptamente.
- Não fizeste mais do que a tua obrigação! A tua profissão é estudar, a minha é trabalhar para te sustentar! – retorquiu o Pai em tom ainda mais áspero.
- Bom, bom, acabem lá com a discussão! – aconselhou a Mãe em tom conciliador.
O rapaz virou costas e dirigiu-se para o seu quarto, a poucos metros do local onde se encontrava. Fechou a porta violentamente, deitou-se na cama de barriga para cima, colocou as mãos atrás da cabeça e pôs-se a meditar. Não era aquele o fim que tinha desejado. Não era aquela a forma de comemorar que tinha imaginado. Decididamente, sentia-se incomodado com a situação.

1 comentário:

  1. Ao ler esta história me faz lembrar o rigor dos nossos pais quando nos educaram, às gerações mais novas pode parecer estranho, mas era assim!!! fica documentado muito bem....

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